quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Da série: “CADA MACACO NO SEU GALHO“ II

Da série: “CADA MACACO NO SEU GALHO“ II - verso


A ARTE POSTAL iniciou-se com a "Correspondance Art School" de Ray Johnson, nos anos 50.

Esta forma de comunicação criativa teve origem na revolução científico - industrial que permitiu o funcionamento a nível universal dos serviços dos correios desde logo se assumindo como uma ruptura com a tradição artística que significaram os movimentos e escolas artísticas do início do século e do pós-guerra.

Dadaístas, futuristas e surrealistas como Schwitters e Duchamp aderiram à ARTE POSTAL para divulgar os seus pontos de vista e trocar mensagens criativas. Em meados dos anos 60, na América do Sul, desenvolveu-se uma intensa atividade criativa entre poetas e editoras. Eduardo António Vigo, o brasileiro Wlademir Diaz Pino e o chileno Guilhermo Deisler fizeram história.

Através de revistas, fanzines e exposições a atividades dos criativos postais ganha forma pública. Em países como a Itália e a Suécia existem museus dedicados à ARTE POSTAL.

Esta forma de arte reveste um caráter anti-comercial e anti-consumista, um caráter personalizado que se opõe aos fenômenos de massas que as tecnologias introduziram na difusão de certas formas de expressão artística. O circuito da arte postal convencionou que todas as obras recebidas serão exibidas na totalidade sem sujeição a uma seleção ou júri. Quem provoca a manifestação (projeto) "obriga-se" a enviar uma catálogo aos participantes onde constem os seus contactos. As obras recebidas não podem ser comercializadas e não serão devolvidas.

A liberdade de suporte e de técnica só é limitada pela possibilidade de envio pelos serviços postais. As propostas chegam ao destino enriquecidas pelos selos, tarjetas, carimbos do remetente, após uma viagem que acrescenta à obra criada signos e imagens, dando-lhes um cariz alternativo, renovando cada objeto, tornando-o mais tarde... Em frente e verso.

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