domingo, 14 de setembro de 2008

GREEN CAT






100 ANOS DE CUBISMO (CUBISME: 100 YEARS)

(CLIQUE NAS IMAGENS PARA AMPLIÁ-LAS)

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Da série: “CADA MACACO NO SEU GALHO“ X


Da série: “CADA MACACO NO SEU GALHO“ IX

Da série: “CADA MACACO NO SEU GALHO“ IX - verso


Da série: “CADA MACACO NO SEU GALHO“ VIII

Da série: “CADA MACACO NO SEU GALHO“ VIII - verso


Da série: “CADA MACACO NO SEU GALHO“ VII


Da série: “CADA MACACO NO SEU GALHO“ VI


Da série: “CADA MACACO NO SEU GALHO“ V

Da série: “CADA MACACO NO SEU GALHO“ V - verso

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Da série: “CADA MACACO NO SEU GALHO“ IV - verso

Da série: “CADA MACACO NO SEU GALHO“ IV



Da série: “CADA MACACO NO SEU GALHO“ III

Da série: “CADA MACACO NO SEU GALHO“ III - verso
Da série: “CADA MACACO NO SEU GALHO“ II

Da série: “CADA MACACO NO SEU GALHO“ II - verso


A ARTE POSTAL iniciou-se com a "Correspondance Art School" de Ray Johnson, nos anos 50.

Esta forma de comunicação criativa teve origem na revolução científico - industrial que permitiu o funcionamento a nível universal dos serviços dos correios desde logo se assumindo como uma ruptura com a tradição artística que significaram os movimentos e escolas artísticas do início do século e do pós-guerra.

Dadaístas, futuristas e surrealistas como Schwitters e Duchamp aderiram à ARTE POSTAL para divulgar os seus pontos de vista e trocar mensagens criativas. Em meados dos anos 60, na América do Sul, desenvolveu-se uma intensa atividade criativa entre poetas e editoras. Eduardo António Vigo, o brasileiro Wlademir Diaz Pino e o chileno Guilhermo Deisler fizeram história.

Através de revistas, fanzines e exposições a atividades dos criativos postais ganha forma pública. Em países como a Itália e a Suécia existem museus dedicados à ARTE POSTAL.

Esta forma de arte reveste um caráter anti-comercial e anti-consumista, um caráter personalizado que se opõe aos fenômenos de massas que as tecnologias introduziram na difusão de certas formas de expressão artística. O circuito da arte postal convencionou que todas as obras recebidas serão exibidas na totalidade sem sujeição a uma seleção ou júri. Quem provoca a manifestação (projeto) "obriga-se" a enviar uma catálogo aos participantes onde constem os seus contactos. As obras recebidas não podem ser comercializadas e não serão devolvidas.

A liberdade de suporte e de técnica só é limitada pela possibilidade de envio pelos serviços postais. As propostas chegam ao destino enriquecidas pelos selos, tarjetas, carimbos do remetente, após uma viagem que acrescenta à obra criada signos e imagens, dando-lhes um cariz alternativo, renovando cada objeto, tornando-o mais tarde... Em frente e verso.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Da série: “CADA MACACO NO SEU GALHO“ I


Da série: “CADA MACACO NO SEU GALHO“ I - verso





POSTCARDS MAIS ANTIGOS


"O TEMPO NÃO PÁRA, NÃO PÁRA...!"

Da série "ISTO É COM VOCÊ"I


Da série "ISTO É COM VOCÊ"II


Da série "ISTO É COM VOCÊ"III


Da série "ISTO É COM VOCÊ"IV


Da série: "CÓDIGOS ÍNTIMOS" I


Da série: "CÓDIGOS ÍNTIMOS" I


"INCLINAÇÕES"


ESSA TAL ARTE POSTAL

A troca pelos correios sobrevive

Os mais ousados artepostalistas são radicais ao afirmar que a arte postal não se conceitua, mas se vivencia, se pratica, como um jogo. Como funciona esse jogo? Segundo Bené Fonteles, os artistas de todo o mundo trocam criações entre si através do correio, trabalhando desde o envelope, onde se faz colagem, se escreve, colam-se fotos e, tudo junto, com endereçamento e selo, ganha uma função estética bastante viva. Assim, a arte adquire uma linguagem crítica e atualíssima; um processo mais que estético-visual-conceitual cumpre um círculo de revelações humanas – importante entre a incompreensão de muitos. Para o belga Guy Bleus, arpostalista e expert no assunto com inúmeros artigos publicados, a conceituação da arte postal é uma questão complexa, uma vez que remete a diferentes sentidos, como um produto, um processo, uma estrutura ou um meio artístico. É uma forma de arte multilateral.

Bleus explica que as formas de expressão e os materiais normalmente utilizados na arte postal são ilimitados. Alguns artistas trabalham envelopes sem conteúdo interno, outros enviam obras dentro de envelopes trabalhados ou não. As principais formas de expressão utilizadas são colagens, pinturas, desenhos, gravuras, fotografias, decalques, montagens, manuscritos, computação gráfica e carimbos artísticos, todos geralmente em pequenas dimensões.

Algumas vezes surgem também trabalhos em vídeo, áudio, textos e livros. Os materiais são, em sua maioria, bastante leves, como envelopes de papel comum ou reciclado, alumínio, papelão, madeira, plásticos, dentre outros. Devido a essa diversidade de materiais, é praticamente impossível classificar uma obra de arte postal com base apenas na linguagem, técnica ou materiais utilizados. Nessa linha de pensamento, o que define que qualquer manifestação artística seja considerada arte postal é a simples utilização do correio como suporte para o intercâmbio, transformado, desta maneira, num grande circuito artístico, como um meio democrático de difusão cultural que, sem qualquer privacidade, inicia já nos balcões das agências postais.

Do ponto de vista da história da arte, a origem da arte postal não é menos complexa que sua conceituação. De maneira geral, está ligada ao dadaísmo, noveau réalisme, Grupo Fluxus e à Escola Postal de Nova York. Sabe-se que inúmeros acontecimentos em diferentes regiões do mundo levaram a sua origem.

A criação do cartão postal em 1869 pelo australiano Manuel Herman pode ter sido o ponto de partida. Van Gogh e o poeta futurista russo Maiakovsky já enviavam a seus amigos correspondências repletas de ilustrações. Marcel Duchamp, em 1916, enviou a seus vizinhos, o casal Arensberg, um cartão postal que era uma colagem de outros cartões. Os integrantes do Grupo Fluxus passaram a fazer uso sistemático do cartão postal com intenções artísticas. Estava então criado um novo movimento artístico. Na década de 1950, Ray Johnson, nos Estados Unidos, foi considerado o fundador da mail art.

Nas décadas de 1960 e 70, a arte postal se difundiu rapidamente por todo o mundo, escapando à lei da massificação da arte, tornando-se uma prática – considerada anárquica por muitos – contra o fechado e extremamente comercial circuito de artes plásticas. Nessa época, foi a única forma encontrada por centenas de artistas de pequenas cidades, de países longínquos ou com sistemas fechados de governo, para participar de mostras internacionais de artes visuais.

Na década de 1980, a mail art passou a ser considerada um dos maiores movimentos artísticos do mundo, com exposições que até hoje acontecem em grandes centros culturais, principalmente na Itália, Estados Unidos, Bélgica, Inglaterra, França, Alemanha e Japão. Muitos artistas visuais tornaram-se internacionalmente reconhecidos através da arte postal, como o próprio Guy Bleus, a canadense Anna Banana, o português Emerenciano, o uruguauio Clemente Padín, os italianos Guglielmo Pepe e Ruggero Maggi, o brasileiro Paulo Bruscky e tantos outros. Hoje, existem desdobramentos da arte postal, como a rubber-art (arte carimbo) que se utiliza de carimbos artísticos, a stamp-art (arte selo) onde são criados selos artísticos sem valor comercial e a net art, que permite a circulação de trabalhos imateriais pela internet.

No Brasil, a primeira mostra internacional de arte postal aconteceu em 1975, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Em 1981, a 16ª Bienal Internacional de São Paulo dedicou grande espaço a mail art, recebendo mais de 8 mil obras de todo o mundo. O sentido democrático, não comercial e absolutamente anárquico, desprendido dos circuitos oficiais, ainda acarreta inúmeros preconceitos por parte de museus, galerias e até mesmo artistas, diante dos materiais de baixo custo e das mensagens enviadas pelos artepostalistas. Por isso, ainda é comum o menosprezo a essa manifestação artística, tida por muitos como um modismo passageiro restrito das décadas de 1970 e 80. Ao contrário do que muitos imaginam, mesmo com o desenvolvimento das comunicações pela internet, a troca de trabalhos artísticos materiais, transportados pelos correios, ainda persiste no mundo. E só quem já experimentou sabe o quanto é bom.

A Notícia, 9 de outubro de 1994.

Charles Narloch

10/06/1994